sábado, 17 de novembro de 2012

 
Depois de longos dias ela ainda lembra muito e de tudo que se passou. Dias de choros intermináveis, das noites mal dormidas com travesseiro ainda encharcado e do dia que precisou dormir com a mãe pra fingir pra si que tinha cinco anos ao invés de vinte cinco e tentar achar um pouco de conforto naquilo tudo. Sim a filhinha-mimada-da-mamãe-assumida.
É tudo ainda muito recente em sua cabeça e cada propaganda, cada música, cada mínimo detalhe é capaz de fazê-la lembrar de tudo que viveram, coisas boas e ruins. Por mais que ela quisesse lembrar só as ruins.
Dia desses foi parar no pronto atendimento de saúde com forte enxaqueca, remédio na veia, repouso. Não sei por que, mas ela associa doença a sentimentos e ao psicológico do momento. Talvez tenha mesmo haver considerando que ela guarda em si um rancor horroroso de tudo, não, ela não perdoou nada e sim ela está sofrendo muito.
É triste passar pelos dias recordando tanta coisa, principalmente quando tudo foi tão raso, tão fraco, tão ínfimo. É doloroso pensar que faltou força de vontade, ânimo mesmo, de querer bem, de querer quem se tem.
 
"Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela".
É. Era isso.
 

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